sábado, 16 de fevereiro de 2013

Enganos comuns no paisagismo e dicas de como evitá-los


Você pensa estar fazendo tudo certinho no seu jardim, mas, um belo dia, as plantas morrem. Para evitar traumas – e mais massacres –, preparamos um guia com os erros mais comuns no trato das espécies e damos as soluções. As corretas, claro

Texto Julia Benvenuto Ilustrações Tatiana Paiva
Ilustrações Tatiana Paiva
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1. Calçada quebrada pelas raízes das árvores 
Situação comum principalmente nos grandes centros, que conservam muitas áreas impermeáveis, a calçada estourada pelas raízes das árvores pode ser evitada. Para isso, ela deve ter no mínimo 2 m de largura. Isso porque, além do espaço de 1 m² para o canteiro, a circulação dos pedestres não pode ser comprometida – estima-se 1,20 m para este fim. Opte por espécies nativas brasileiras com raízes profundas e não superficiais que possam danificar seriamente o piso e a tubulação, como a figueira-branca, a paineira e o pau- -de-novato. Outro aviso: estude o crescimento da árvore escolhida. Em áreas urbanas, ele deve chegar a, no máximo, 4 m de altura para não prejudicar a fiação elétrica. Mais informações no site da prefeitura de São Paulo (portal.prefeitura.sp.gov.br).

2. Falsa-vinha seca 
A trepadeira falsa-vinha perde as suas folhas no inverno, deixando aparente apenas os galhos. Nesse período, muita gente pensa que a espécie está morta e acaba exterminando-a de fato. Veja pelo lado bom: ao ficar sem folhas a espécie evita a umidade do muro em um período de sol escasso. E no verão ela está repleta de folhas, o que aumenta a umidade da área e diminui a sensação de alta temperatura. Se mesmo assim você não se convenceu, melhor optar pela unha-de-gato. Mas vale a orientação: “o ideal é que a espécie seja empregada em superfícies ásperas e sem pintura, pois, ao tentar arrancá-la, você provavelmente descascará a pintura”, explica o paisagista Raul pereira. 
Ilustrações Tatiana Paiva
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3. Vaso rachado 
O interior dos modelos de cerâmica e barro, geralmente precisa ser impermeabilizado para conter a troca de umidade com o ambiente. Quando isso não acontece, o recipiente fica sujeito à ação do tempo e pode rachar – no inverno isso acontece com mais frequência, já que a falta de chuva deixa o material poroso muito seco. Por outro lado, o vaso sem impermeabilização ganha um lindo aspecto musgado. Se realmente quiser arriscar e não proteger o vaso para ganhar o tal visual mais desgastado, a dica é optar pelo modelo de cimento aramado, bem mais resistente.


4. poda fora de hora

Como regra geral, a poda de arbustos e árvores de pequeno porte só pode ser realizada após a primeira floração. Evite cortes drásticos para não comprometer o desenvolvimento da espécie e concentre-se nos ramos secos e doentes (sempre acima do broto, para evitar o apodrecimento decorrente do acúmulo de água na região). Para conter o crescimento vertical, realize a poda no topo e transfira a espécie para um recipiente com espaço limitado.

Ilustrações Tatiana Paiva
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5. plantas venenosas x bichos 

Existem várias espécies que devem ser evitadas em casas com crianças, gatos e cachorros. As mais conhecidas são a comigo-ninguém-pode, a alamanda, o copo-de-leite e o bico-de-papagaio. Mas há plantas tão perigosas que podem até cegar somente com o contato. Fique longe da seiva da coroa-de-cristo, do leiteiro-vermelho e do jasmim-manga. Já a saia-branca, quando ingerida, causa alucinações indesejáveis em humanos e animais.

6. Vaso pequeno demais

Um dos erros mais comuns é cultivar uma planta em um vaso menor do que o ideal. “o torrão, aquela parte de terra que vem junto com a raiz, não pode ser retirado no transplante”, ensina Rodrigo. o novo lar deve ser, no mínimo, 20% maior do que o seu tamanho original. Caso contrário, a planta fica suscetível às oscilações de temperatura e umidade e carente dos nutrientes necessários para se desenvolver.

Ilustrações Tatiana Paiva
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7. mais ou menos regas

Algumas espécies precisam de muita água e outras nem tanto. Os cactos devem ser regados a cada
15 dias. Estude as características da vegetação escolhida: espécies tropicais como o papiro e o lírio-da-paz pedem umidade constante para sobreviver. Durante a manhã, coloque o dedo na terra e, se ela estiver seca, regue sem exagero. Hoje há no mercado vários mecanismos de irrigação inteligente, ideais para quem não para em casa.


8. inseticidas destrutivos

Compostos químicos são tão poderosos que eliminam tanto os bichos bons (como as minhocas que colaboram na adubação da terra) como os ruins. Invista nas soluções naturais. O gergelim espanta formigas e a manjerona, cultivada no mesmo vaso, faz desaparecer aranhas e formigas. O livro O prazer de cultivar (ed. Casa da palavra, R$ 16) dá outra receita milagrosa no combate de pulgões: esmague um dente de alho em 250 ml de água e deixe a substância maturando por 12 dias. Depois, dilua a solução em 1,5 l e pulverize-a na planta doente.

Ilustrações Tatiana Paiva
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9. Sol ou sombra

Se aquela planta na sua sala não vai para frente de jeito nenhum o problema pode estar na falta de luz natural. Existem espécies que precisam de 12 a 16 horas de luminosidade (a maioria encontra-se no hemisfério norte) e outras que ficam contentes em áreas sombreadas. O segredo é decifrar o aspecto da folhagem. A escassez de folhas, assim como o aparecimento de uma coloração amarelada, é sinal de que a planta precisa de maior incidência de luz. Afaste-a do sol, no entanto, se as folhas estiverem murchas ou enrugadas. Outra dica: a lança-de-são-jorge, a palmeira-ráfia e o pacová resistem a interiores, de preferência, com alguma janela por perto.

10. Cal no tronco 
A camada branca que geralmente circunda árvores com o objetivo de evitar a proliferação de doenças não passa de mito e também não auxilia o crescimento da planta. Pelo contrário, ela impede a respiração e, por isso, é um dos principais fatores para o aparecimento de pragas.

Ilustrações Tatiana Paiva
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11. grama acinzentada 
Falhas no gramado são causadas, na maioria das vezes, pela poda incorreta. Nada de aparar a grama até o talo: só os ramos verdes devem ser cortados para não danificar o rizoma (estrutura responsável pela reprodução e nutrição da espécie que fica na camada superficial do solo). “O processo acontece quinzenalmente nas estações mais quentes e mensalmente no outono e inverno”, orienta o engenheiro agrônomo Rodrigo oliveira. Outros cuidados são necessários, entre eles, uma adubação química à base de ureia no verão para garantir o crescimento da espécie até o fim da estação.

12. Ralo entupido por folhas

A troca de folhas em árvores e arbustos é comum no outono e, portanto, não há como interromper esse processo. O que você pode fazer é eleger espécies que sofram menos esses efeitos. “O ipê perde a sua folhagem – curiosamente na primavera – com bastante intensidade, diferentemente da sibipiruna e da tipuana, de florada excepcional”, conta a arquiteta e paisagista Fany galender. Dependendo da localização, a planta correta pode evitar o entupimento de calhas e bueiros e até escorregões no jardim. O mesmo princípio vale para as frutíferas. A mangueira e o abacateiro nunca devem ser instalados em áreas de circulação, devido ao grande tamanho do fruto, que, com a queda, pode machucar alguém.

Fonte:
Casa e Jardim 

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